segunda-feira, 29 de junho de 2020

Língua Portuguesa - semana 29 de junho a 10 de julho - Professora Nelma - 1ºC, 2ºE e 3ºD



ROTEIRO DE ESTUDOS PARA AS AULAS NÃO PRESENCIAIS

Professora: Nelma Corrêa Costa

Turmas: 1C, 2E, 3D, 1TA e 3TA

Componente curricular: Língua Portuguesa

Número de aulas previstas: 08 aulas

Data da entrega: 11 de julho de 2020

Orientações: Leia os textos com muita atenção.

Elabore respostas completas.

Também estou à disposição para sanar qualquer dúvida, pelo what’s app 12 98227 5076 e pelo email nelma_ilhabela@hotmail.com

Bons estudos!


TEXTO 1

Artigo | Vidas negras importam! Para quem?

Rafael Aquino – Cientista político

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |

09 de Junho de 2020 às 18:17





O brasileiro tem uma forma bastante peculiar para discutir a questão do racismo. Para muitos, essa descoberta aconteceu em alguns momentos deste 2020, uma delas foi por meio do Big Brother, e recentemente precisou morrer um homem negro lá nos Estados Unidos. Na percepção de uma pessoa com a mente sã, tudo isso parece bastante bizarro, se tratando de um país em que 56% da população é formada por pretos e pardos. Esse é o percentual de pessoas que se declaram negras no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE.

Para tratar deste problema na base, o espaço ideal para discutir o racismo, seus desdobramentos e formas de superação deveria ser o ambiente escolar. Existe até legislação para isso, basta apenas ser cumprida. A Lei 10.639, que completou 17 anos em janeiro, entrou em vigor com o objetivo de promover uma importante mudança de perspectiva na educação do país, por meio da obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana.

Se a discussão sobre o racismo não é feita em casa e nem nas escolas, o que resta são os veículos de comunicação de massa, onde a maioria da população tem acesso, isso explica o papel didático do Big Brother. Mesmo assim, um problema sério a ser tratado no Brasil, diz respeito à comoção seletiva. Por que foi preciso morrer um homem negro nos Estados Unidos, para que brasileiro fosse dar atenção aos dados do mapa da violência? Os dados publicados em 2017, demonstram que a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado. De cada 100 pessoas assassinadas, 71 são negras no Brasil.

Sem dúvida o Brasil está entre os países mais racistas do mundo. A negação do racismo, faz adiar ainda mais o entendimento sobre a necessidade de aprofundar as discussões sobre este fato. Durante décadas, vende-se o discurso de democracia racial, a miscigenação que é resultado do estupro de mulheres negras e indígenas, é romantizada o tempo todo.

A falta do debate racial causa enormes confusões, como citar o movimento negro no singular, como uma corrente de negras e negros com uma única linha de pensamento e de ação. Os movimentos são vários, as pautas e formas de luta são diversificadas.

O fato de ser o país mais miscigenado do mundo, traz ainda como agravante a questão da identidade. Temos um problema sério de afirmação da identidade, que precisa ser resolvido. O racismo não pode ser tratado como uma pauta exclusiva dos movimentos sociais negros, é uma pauta de responsabilidade do conjunto da sociedade brasileira.

Não haverá ambiente para a conquista da justiça social, enquanto o racismo não for definitivamente vencido.

1) Sendo o artigo de opinião um texto argumentativo, o uso estratégico de diferentes recursos argumentativos é fundamental para que haja compreensão do ponto de vista do autor. Com base nessa afirmação, explique: qual a importância de dados estatísticos como estratégia argumentativa?





2) Explique, com suas palavras, qual é o tema e o título do texto.






3) De acordo com o autor, qual seria o lugar ideal para começar a discussão sobre o racismo? Qual o argumento ele utiliza?






TEXTO 2




O GRAFITE E O MOVIMENTO NEGRO




Leia a reportagem sobre a artista mineira Criola celebra cultura afro-brasileira através do grafite.

Grafiteira registra em traços e cores os símbolos da resistência negra: 'se ensinarmos às crianças o valor e a riqueza das nossas raízes culturais, conexão com identidade brasileira vai ocorrer de maneira mais intuitiva'.

As obras de Tainá Lima, conhecida como Criola, colorem as ruas de Belo Horizonte e fortalecem o movimento negro na principal cidade de Minas Gerais. A jovem mineira começou a grafitar em junho de 2012. Sua arte expressa a história e os gritos de resistência da ancestralidade afro-brasileira contra o preconceito.

“Meu objetivo enquanto mulher negra e grafiteira é contrapor a publicidade que explora um padrão de beleza europeu e não retrata a realidade da miscigenação do povo brasileiro. Desejo honrar através dessa arte aqueles que um dia tiveram sua liberdade cerceada em razão da cor e acredito que é graças a eles que estou aqui hoje”, afirma a artista.

“Eu enxergo o grafite como um grito da cidade. Em meio ao caos urbano ele vem para contrapor a cor cinza, transmutando a rotina intensa dos transeuntes em cores”, relata. Ela destaca que, nesse sentido, o grafite é uma arma poderosa na contraposição dos padrões estéticos que não condizem com a beleza real das mulheres brasileiras.

“Na medida em que a representatividade dos negros aumenta em todas as áreas e segmentos, os estereótipos se enfraquecem”, completa a artista.

“O grafite que eu faço apresenta formas e cores que, apesar de serem inofensivas à primeira vista, carregam consigo gritos de resistência que ecoam desde a época da escravidão”, diz Criola sobre os elementos que compõem seu traço artístico. O principal projeto da grafiteira é denominado “ORÍ, a raiz negra que sustenta é a mesma que floresce”.

A artista salienta a relevância de fazer uma arte que explore esses símbolos e mensagens. Segundo ela, a manifestação construída pelos negros na cidade legitima a busca pela quebra de estereótipos e preconceitos.

“‘Ori’ significa cabeça em iorubá. Para mim essa é a parte do corpo que melhor representa a ancestralidade africana” conta Criola. Segundo Patrícia Alves Matos, ialorixá do Ilê Asè Iya Mi Agba e educadora, ori representa também a essência daquilo que a pessoa é. “Falamos nessa tradição que se trata do primeiro orixá, aquele que não abandona o indivíduo onde quer que ele esteja. Eu costumo dizer que a palavra "orientar" vem do ori, pois é partir dele que temos consciência de quais caminhos seguir, para estar sempre firme nos seus princípios”, esclarece a sacerdotisa.

O projeto de Criola coloca em evidência o “irun” (cabelo), uma parte muito importante no universo da beleza feminina. “O cabelo crespo sempre foi alvo de preconceitos e agressões e o uso da chapinha é uma tentativa de ocultar a origem, a raiz e a história”, pontua a artista. De acordo com ela, por meio do cabelo se constrói uma metáfora com a raiz das plantas no sentido de crescer livre para ganhar força e florescer.

“O cabelo é uma das questões que mais mexem com as mulheres quando se trata da valorização da identidade”, aponta Alves Matos. “Nós sofremos muito com essa questão e acho legítimo o movimento do grafite chamar a atenção das pessoas para essa causa”, pontua. Ela diz que se trata de desfazer as amarras que nos prendem aos padrões. “Sempre ouvimos que é preciso alisar o cabelo para uma entrevista de emprego ou então quando a mulher quer se arrumar mais. Isso precisa mudar”, completa a ialorixá.

“O nosso problema está relacionado não apenas com a identidade africana, mas com a brasilidade”, diz Alves Matos. Segundo ela, toda identidade brasileira se monta pelos padrões europeus e ela enxerga que tanto na educação quanto na vida cotidiana a população precisa construir com mais força essa personalidade. “Ainda estamos nesse processo que independe da cor da pele, dos diferentes tipos de cabelo e olhos”, diz.

A lei nº 10.639 de 2003 estabeleceu como obrigatório o ensino de história e cultura africana e indígena nas escolas. Ainda assim, o sistema educacional está se adaptando para trabalhar a temática que durante décadas ficou esquecida. “Hoje como educadores temos esse lugar privilegiado para tratar da diversidade, nessa formação de identidade”, pontua Matos. “É preciso que as pessoas estejam dispostas ao diálogo e esse é um trabalho de formação permanente”, completa a ialorixá.

Com o tempo, diversas capitais brasileiras encaram a realidade e a transformação que o grafite traz para o ambiente urbano. As cores e as mensagens passadas pelas imagens nos mais diferentes locais colocam o Brasil na cena internacional dessa manifestação artística. Criola conta que na capital mineira ainda não há muita liberdade para os grafiteiros: “Belo Horizonte é uma cidade conservadora e tradicionalista em várias áreas e nas artes não seria diferente”, relata a artista. Segundo ela, BH está atrasada nesse assunto quando comparada com São Paulo e Rio de Janeiro.

“Recentemente fiz um projeto de mural na área central da cidade e como a pintura demandaria alguns dias eu não poderia fazer sem autorização, que é o que normalmente faço. Além da autorização do proprietário do muro eu ainda tive que pedir autorização à prefeitura e só consegui de fato a licença depois de vários meses de tentativa”, relata Criola sobre a burocracia relacionada ao grafite na cidade. Segundo ela, ainda falta investimento e posicionamento do governo local, além de mais abertura de diálogo sobre as questões relacionadas a essa forma de expressão.

Criola também vê a educação como instrumento para quebrar preconceitos e fortalecer a identidade brasileira. “Se ensinarmos as crianças o valor e a riqueza das nossas raízes culturais brasileiras, acredito que essa conexão com a identidade vai ocorrer de maneira mais intuitiva”, destaca a artista.

Para a ialorixá, “temos de aprender que a beleza está nas diferenças”. Ela indica que abrir espaço para trabalhos que valorizem o patrimônio cultural pode ajudar para uma melhor compreensão desse tipo de arte, que para ela é uma importante forma de resistência.






Responda as questões:




4) Qual a cidade, estado e região do Brasil que a artista Criola desenvolve a sua arte?




5) Qual o objetivo da artista ao desenvolver o seu grafite?





6) “O projeto de Criola coloca em evidência o “irun” (cabelo), uma parte muito importante no universo da beleza feminina. ” De acordo com o texto e a artista, por quê é importante refletir sobre a questão do cabelo?





7) Em relação às charges abaixo, observe e escreva uma interpretação sua no que diz respeito Ao racismo. A primeira charge faz referência a Kun Kux Klan dos EUA e as declarações racistas do jornalista Wiilian Wack da TV Globo. A segunda charge é em relação ao feriado da Consciência Negra e os turistas numa praia. A terceira charge, faz referência à relação do negro em relação à ronda policial. Faça um comentário envolvendo as 3 charges.





Passarinhos




Despencados de vôos cansativos
Complicados e pensativos
Machucados após tantos crivos
Blindados com nossos motivos
Amuados, reflexivos
E dá-lhe anti-depressivos
Acanhados entre discos e livros
Inofensivos

Será que o sol sai pra um voo melhor
Eu vou esperar, talvez na primavera
O céu clareia e vem calor vê só
O que sobrou de nós e o que já era
Em colapso o planeta gira, tanta mentira
Aumenta a ira de quem sofre mudo
A página vira, o são delira, então a gente pira
E no meio disso tudo
Tamo tipo

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro

Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá



A Babilônia é cinza e neon, eu sei
Meu melhor amigo tem sido o som, ok
Tanto carma lembra Armagedon, orei
Busco vida nova tipo ultrassom, achei
Cidades são aldeias mortas, desafio nonsense

Competição em vão, que ninguém vence
Pense num formigueiro, vai mal



Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus

No pé que as coisas vão, jão
Doidera, daqui a pouco, resta madeira nem pro caixão
Era neblina, hoje é poluição
Asfalto quente queima os pés no chão
Carros em profusão, confusão
Água em escassez, bem na nossa vez
Assim não resta nem as barata
Injustos fazem leis e o que resta pro ceis?
Escolher qual veneno te mata
Pois somos tipo

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro

Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro




Compositores: Leandro Oliveira

Letra de Passarinhos © Warner Chappell Music, Inc

Este texto é a letra de um música conforme dados abaixo:

Artista: Emicida

Artista em destaque: Vanessa da Mata

Álbum: Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa...

Data de lançamento: 2015

Gênero: Hip-Hop/rap




Você deverá ESCUTAR a música (segue o link de dois vídeos da música e um áudio), LER o texto, TRANSCREVER 5 versos que mais chamam sua atenção e ESCREVER com suas palavras qual é o sentido do texto (sobre o que o compositor está falando).




Para assistir aos vídeos :

https://www.youtube.com/watch?v=IJcmLHjjAJ4

https://www.youtube.com/watch?v=J9skS3lnnoc




Para ouvir no Google play music:

https://play.google.com/music/listen#/album/Btdkf67wdznldap6mxo5bbs3h6q/Emicida/Sobre+Crian%C3%A7as%2C+Quadris%2C+Pesadelos+e+Li%C3%A7%C3%B5es+de+Casa...




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