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INTRODUÇÃO
ABSOLUTISMO
Aos poucos, os monarcas europeus impuseram sua autoridade sobre a nobreza feudal, unificaram o território e centralizaram o poder, dando origem ao Estado moderno.
O rei recebeu apoio da burguesia, que precisava de um regime mais forte para garantir a segurança de seus negócios. Atemorizados diante das sucessivas revoltas camponesas, amplos setores da nobreza também apoiaram a centralização de poder nas mãos do rei. Essa monarquia, cada vez mais fortalecida, foi nomeada, pelos historiadores do século XIX, monarquia absoluta, e o regime de governo estabelecido por esses reis, absolutismo.
O Estado absolutista fundamentava-se na supremacia social da aristocracia e nos objetivos dos grandes proprietários.
É importante destacar que nenhum monarca absolutista teve poderes ilimitados sobre seus súditos. As particularidades regionais, os interesses da nobreza e da Igreja, os parlamentares e outros agrupamentos específicos devem ser considerados. Essa organização teve sustentação doutrinária na obra de pensadores políticos que procuraram justificar a necessidade do Estado absolutista, dentre os quais se destacaram Nicolau Maquiavel, Jacques Bossuet e Thomas Hobbes.
Nicolau Maquiavel (1469 – 1527), na obra O príncipe (1513), defendeu um Estado forte, cujo monarca deveria lançar mão de todos os meios para se manter no poder. Em seus escritos, afirma que, para governar, é preciso sutileza, astúcia, certa dose de crueldade e um exército bem armado. Sua obra é considerada um manual que ensina como exercer e manter o poder.
Jacques Bossuet (1627- 1704) procurou justificar o poder absoluto dos reis por meio da chamada “teoria do direito divino”. Para ele, o rei era soberano por vontade de Deus e só a Ele deveria prestar contas; aos súditos, cabia a obediência. Escreveu o livro Política tirada da Sagrada Escritura.
Thomas Hobbes (1588-1679), na obra O Leviatã, afirma que um Estado forte é necessário para que os mais fortes não oprimam os mais fracos. Hobbes considerava que “o homem é o lobo do homem” e, a fim de evitar a “guerra de todos contra todos”, seria necessário um regime absolutista. Defendeu o militarismo do executivo e a ideia de que o soberano deveria ter o controle dos assuntos religiosos e de todas as formas de criação intelectual.
ATIVIDADE
LEIA OS DOCUMENTOS 1 e 2, DEPOIS RESPONDA ÀS QUESTÕES.
DOCUMENTO 1
“Deveis saber, portanto, que existem duas formas de combater: uma pelas leis, outra pela força. A primeira é própria do homem; a segunda dos animais. Como, porém, muitas vezes a primeira não é suficiente, é preciso recorrer à segunda. Ao Príncipe (governante) torna-se necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. É que isso significa que o príncipe sabe empregar uma e outra natureza. E uma sem a outra é a origem da instabilidade. Sendo, portanto, um príncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as qualidades da raposa e do leão, pois este não tem defesa alguma contra os laços, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões não serão bem-sucedidos. (...). É melhor ser temido que amado, pois os homens são covardes, desonestos e ingratos. Os homens têm menos medo de ofender um Príncipe que amam do que um que temem (...). Os benefícios, o Príncipe deve fazê-los de forma lenta e gradual; já os atos cruéis devem ser executados de uma só vez só para evitar um desgaste maior(...).”
Nicolau Maquiavel. O príncipe. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2010. P.98,99.
DOCUMENTO 2
“Não há poder sem a vontade de Deus: todo governo, seja qual for sua origem, justo ou injusto, pacífico ou violento, é legítimo; todo depositário da autoridade, seja qual for, é sagrado: revoltar-se contra ele é cometer um sacrilégio.
O trono não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar, pois o murmúrio é uma disposição para a sedição.”
Jacques Bossuet. Política tirada da Sagrada Escritura, publicada em 1709. In: Gustavo de Freitas (org.). 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano. 1977.v.2. p.201.
VOCABULÁRIO:
Monarca= rei
Depositário= pessoa nomeada por uma autoridade ou instituição para guardar ou ser responsável por algo.
Sacrilégio= desrespeito a normas e preceitos religiosos.
Sedição= crime contra a segurança do Estado, perturbação da ordem pública.
QUESTÃO 1 – Que conselhos Maquiavel dava ao príncipe?
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QUESTÃO 2 – Podemos dizer que Maquiavel defendia ou criticava o poder dos reis? Explique.
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QUESTÃO 3 – Como Bossuet explica a origem do poder absoluto dos reis? Podemos dizer que na visão dele que o poder tinha relação com a religião? Qual?
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